Rio de Janeiro,
a Cidade Maravilhosa
que, apesar de abandonada,
o ano inteiro
ainda segue majestosa.
Um espetáculo de natureza
e beleza,
agraciada pelo Divino com a combinação perfeita:
o verde das montanhas rochosas e o azul do mar.
Eu me afogo em sua contemplação,
na contemplação de sua costa tão recortada
quanto violentada.
Assediada pelo descaso de quem se julga autoridade,
mas não faz nada que preste de verdade;
sofrendo com o pessimismo,
com o descaso do carioca médio, que insiste em prolongar este ciclo.
Rio de Janeiro,
Cidade Maravilhosa,
projetada tão minuciosamente pelo Divino,
mas que, nas mãos de seus habitantes,
se vê sem destino,
sem chão.
Assolada pela violência, pela pobreza e pela corrupção,
como o maior reservatório de beleza natural que existe,
mas perdido em ruína,
em total desolação.
Apesar disso, é a cidade onde mais passei minhas férias,
um baú cheio de algumas de minhas melhores memórias:
memórias de divertimento, de união familiar,
cujos braços, em minha direção, se estenderam
e sempre me acolheram.